About

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Veja como foi o curso "Elaboração de projetos culturais a partir de editais públicos", com Antonio Eleilson, realizado em 10/08/2013

Antonio Eleilson
No dia 10 de agosto de 2013, realizei o curso "Elaboração de projetos culturais a partir de editais públicos", com Antonio Eleilson.

Trabalhei muito para conseguir inserir esse tema na programação de cursos, pois conheço a realidade da maioria de nossas bibliotecas, arquivos e museus públicos, sei que muitas vezes os bibliotecários e demais profissionais possuem projetos super bacanas e importantes para essas unidades de informação, mas, infelizmente, nem sempre esses projetos conseguem ser efetivados por falta de recursos financeiros.

Há alguns anos vem crescendo o número de editais abertos para financiamento de projetos culturais. São verbas que podem ser destinadas para vários fins: grupos de dança, teatro, cinema, contação de histórias, para bibliotecas comunitárias, públicas, arquivos, museus, ONGs, associações, grupos em geral etc., e que vão desde o financiamento para montagem de programação por meio de ações culturais, passando pela destinação de verbas para estruturação, equipamentos e modernização de espaços culturais, até a disposição de verbas para conservação e restauração de acervos e apoio aos projetos de memória.

Diante desse cenário, imaginei que poderia ser muito proveitoso para a nossa área conhecer esses mecanismos de incentivo, para que nós, profissionais da informação, tenhamos um novo caminho a percorrer, um caminho que pode culminar na obtenção dos financiamentos necessários para a efetivação dos projetos que temos para as unidades de informação, fazendo, assim, com que nosso trabalho seja realizado e possa proporcionar aos nossos usuários melhorias nos produtos e serviços oferecidos, contribuindo para o desenvolvimento social e cultural dos cidadãos.

Atividade em grupos
Desta forma, considerei que proporcionar um curso deste tema para que tenhamos esse primeiro contato com o assunto, para entendermos o funcionamento desses mecanismos de incentivo, quais os processos envolvidos e como podemos utilizá-los para lutar pela efetivação de nossos projetos, seria uma oportunidade muito bacana, que pode fazer a diferença para melhor nas unidades de informação e cultura em um futuro próximo.

Não foi fácil encontrar um palestrante. Confesso que não consegui encontrar alguém da nossa área, de Ciência da Informação, que fosse especialista em editais, para que pudesse ministrar o curso. Se vocês conhecem um bibliotecário ou arquivista que conhece profundamente o assunto e possui experiência nisso, por favor, não deixem de me passar o contato!  Bom, em face da situação em que me encontrava a solução que achei foi de convidar um especialista no assunto, que vive a realidade dos editais em seu dia a dia, para que pudesse ministrar o curso e tentar fazer as adequações possíveis ao nosso ambiente: bibliotecas, arquivos e museus.

Dificuldades transpostas, o curso aconteceu e proporcionou o acesso a informações muito importantes, que ampliaram nossa visão profissional e que com certeza ajudarão em nossas atividades.

O palestrante iniciou o curso dando um panorama sobre a legislação relacionada à cultura no Brasil. Explicou sobre as três dimensões da cultura (simbólica, cidadã e econômica) e sobre a política cultural nas esferas: nacional, estadual e municipal.

Explicou a diferença entre Organização Social (O.S.) e Organização Social Civil de Interesse Público (O.S.C.I.P.) e lembrou que no Estado de São Paulo todos os equipamentos culturais são administrados por Organizações Sociais (O.S.s), como, por exemplo, a Poiesis e a SP Leituras.


Stand da livrosdebiblio marcou presença
Uma pergunta bem bacana que o palestrante fez foi: “por que as bibliotecas não fazem parte da programação da virada cultural?”. Confesso que eu mesma nunca tinha me perguntado sobre isso, mas acho que seria muito bacana se algumas bibliotecas pudessem montar uma programação específica para este evento e que a pudesse oferecer durante toda a virada cultural. Passar uma noite na biblioteca, por que não? A Biblioteca Municipal Viriato Corrêa, temática em temática em literatura fantástica, já oferece programação cultural noite adentro!

Reflexões à parte, voltando ao relato do curso, Antonio Eleilson falou sobre os “marcos legais”, com ênfase ao artigo 215 da Constituição Federal e ao artigo 216-A da Emenda Constitucional que cria o SNC/Plano Nacional de Cultura.

O palestrante falou, ainda, sobre o Plano Nacional de Cultura e sobre as metas 20, 22, 32, 34 e 41, relacionadas ao livro, biblioteca e leitura. E mostrou o quão importante é basear o projeto na legislação, utilizar as metas do Plano Nacional de Cultura para justificar o projeto é muito importante, um diferencial. Informar que o projeto apresentado tem o objetivo de atingir uma meta estabelecida no Plano Nacional de Cultura ou que visa atingir algo em consonância com os direitos estabelecidos na Constituição Federal, por exemplo, é muito benéfico para o projeto como um todo, é algo bem visto pelos avaliadores convocados para analisar os projetos submetidos ao edital.

A biblioteca, arquivo ou museu que já desenvolvem atividades de ação cultural podem incluir sua programação no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). 

Antonio falou brevemente sobre as leis de incentivo fiscal: Lei nº 8313 (mais conhecida como Lei Rouanet), o PROAC (ICMS - Estadual/SP) e a Lei Mendonça (da cidade de São Paulo). O incentivo fiscal não era o foco do curso, mas o palestrante falou sobre esse recurso, como funciona e onde encontrar as informações para acompanhamento e utilização. Ainda sobre o incentivo fiscal, o palestrante explicou que pata projetos de incentivo fiscal na esfera Federal a empresa fará dedução no Imposto de Renda, na esfera Estadual, fará abatimento do ICMS e na esfera Municipal fará a dedução do IPTU.

Foram explicadas s diferenças entre os editais, que podem ser:

- De premiação: reconhecimento de projetos existentes;

- De apoio: propostas novas;

- De fomento: ações continuadas.

O ideal é se cadastrar nos sites dos governos, preparar toda a documentação necessária e efetivar a inscrição para, depois, enviar os projetos aos editais abertos.

Antonio explicou e mostrou os sites dos editais:

- Federais: Fundo Nacional de Cultura, Viva Leitura, Ponto de Cultura, Funarte e Mais Cultura nas Escolas;

- Do Estado de São Paulo: Programa de Ação Cultural (ProacSP);


Sobre a elaboração de projetos, explicou as diferenças e definições que caracterizam projetos: culturais, socioculturais e artísticos. A formatação do projeto é feita a partir do formulário do edital, desta forma, não há um modelo único, padrão. O projeto deve ser montado de acordo com o que pede o edital ao qual você fará a submissão do projeto.

Por fim, o curso abordou o SALIC Web, a realização de cadastro, a pesquisa de editais, encaminhamento de propostas, o Salicnet e como obter informações e acessar a base de dados sobre os projetos.

Carolina Lauretti foi a ganhadora do livro sorteado, cortesia do Paulino da livraria virtual especializada em Biblioteconomia e Ciência da Informação, a livrosdebiblio!
 
Agradeço imensamente a todos os participantes, ao Paulino da livrosdebiblio pela indicação do Antonio, ao Antonio Eleilson por ter aceitado meu convite para ministrar esse curso, ao Akira Takiy pelos serviços gráficos e apoio constante e a todos que auxiliaram na divulgação deste curso! Muito obrigada!

Confira as fotos publicadas no álbum do Facebook.

0 comentários :

Postar um comentário